Mae! Eu ja li a Biblia toda varias vezes. E a conclusao que cheguei e que a missao de todos nos, aqui na terra, e amarmos uns aos outros!
HUGO MAGNO DE BARROS GIUBERTI
Desceu a terra em 10/09/85 e Subiu ao ceu em 20/08/07

quinta-feira, 3 de abril de 2008

Palavras de outra mae orfa...

Encontrei o Blog de Denise sem querer , e me deparei com esse texto mais do que verdadeiro.
Faco dela as minhas palavras. E com certeza milhares de outras maes orfas fariam o mesmo.


"Vou tocar em um assunto que poucos gostam de mencionar. Sinto que devo fazê-lo, pois, muitas pessoas, não sabendo como agir diante de alguém que perdeu um filho, tratam-nos como se fôssemos seres incompreensíveis, ou, simplesmente nos ignoram.

Não vou fazer um manual de como se comportar com alguém que teve tal perda, mas quero esclarecer alguns pontos que, para mim, pessoalmente, são relevantes. E, penso que, talvez, meus amigos gostariam de fazer certas perguntas e não sabem como fazê-lo. Vou falar de mim, particularmente. Cada pessoa reage de um jeito. Então, penso que preciso esclarecer certas coisas.

É importante saber que algumas atitudes, ou a falta delas, podem ser muito benéficas ou terrivelmente devastadoras para quem perdeu um filho. Há pessoas que agem, diante de alguém que teve esta perda, como se nada houvesse acontecido. Outras, como se tal perda fosse algo muito natural e a que não se deva dar importância. Outros, tentam ser solidários, mas, por não saberem o que fazer, acabam magoando quem sofreu a perda, pensando estar lhes confortando.

Optei por morar sozinha, recusando o convite de meus pais e de minha filha para ficar com eles. Por quê? Apenas porque tenho necessidade de ter um lugar em que possa falar o que ninguém quer ou precisa ouvir. Um lugar onde possa gritar, se tiver vontade ou necessidade de assim o fazer, sem ser julgada como louca. Um lugar onde possa colocar as fotos de meu filho junto às de minha família, sem excluí-lo, como se não mais existisse. Não aceito esta história de que "isto faz mal", pois, acreditem, faz muito bem, muito bem mesmo, olhar aquele sorriso, abraçado comigo, com a irmã, com a sobrinha ou com o pai.

Quando estou com meus amigos, gostaria que eles falassem , sem nenhum medo de me magoar, de todo carinho que, de verdade (não apenas para eu me sentir bem) sentiam pelo meu menino. Sim, é bom saber que gostavam dele. Isto faz muito bem. Podem acreditar. Saber que compartilham o sentimento de saudade dos momentos alegres que tivemos com ele, é bom.

Se, por acaso, eu chorar, permitam-me chorar! E não tenham medo de chorar também. Não me magoa, pelo contrário, só me prova que o amavam também ou que compartilham a saudade comigo. Mas, não chorem de pena. Não precisamos de compaixão. Apenas de amizade.

Dói mais perceber que meus amigos não esboçam nenhuma reação quando falo de meu menino, do que ouvi-los falar dele, naturalmente, com amizade e com emoção. Poucas vezes me ouvirão falar do meu filho, mas, quando acontecer, falem comigo das qualidades do meu filho e do que gostavam nele. Não fiquem relembrando as coisas tristes pelas quais passou. Relembrem apenas os bons momentos. Não evitem o assunto ou mudem para outro tema, sob o pretexto de que eu não me sentirei bem ou de que não sabem o que dizer.

Há pessoas que me dizem que sabem o que sinto. A não ser que tenham perdido um filho também, nunca digam isto! Outras me dizem que é besteira ficar sofrendo a perda de alguém, pois todo mundo morre, e a vida continua. Sim, a vida continua. Nunca tive tanta vontade de viver como tenho hoje em dia. Já perdi avós, tios, sobrinhos, primos e amigos. Mas, a dor da perda do filho, não é uma coisa "comum", como querem que eu acredite. Também não me digam que tenho a sorte de ter outra filha e uma linda netinha. Isto não substitui meu filho em meu coração.

Também não fiquem perguntando o que aconteceu. Já são enormes os sentimentos de dúvida e de culpa que tenho, e que, acredito, todos pais que perdem um filho têm. Se não sabem o que dizer, não digam nada. Apenas escutem. Não mudem de assunto, apenas ouçam.

E, para aqueles que pensam que recordar é sinal de loucura, afirmo que, pelo contrário, é um sentimento que precisa continuar vivo, para que eu mantenha o equilíbrio da mente e do espírito. É com dor, mas também com alegria, que essas recordações dão sentido à minha vida. Acreditem, estas lembranças não são mórbidas, mas apenas a constatação de que este amor nunca terá fim."


FONTE: BLOG DE DENISE

1 Comment:

Anônimo said...

Obrigada, querida. É reconfortante saber que a fé em Deus também tem sustentado você. Também quero conhecê-la melhor. Com certeza, temos muito que compartilhar.
beijo, menina

d