SOBRE A PERSONALIDADE DE HUGO

Vou interromper a sessao "genealogia de Hugo Giuberti", pois e claro que nao parou ai, para escrever um pouquinho sobre minhas emocoes e conclusoes de hoje.
Aqui em USA , ainda sao 9:19 da manha exatamente. E por volta das 8 horas fui a padaria trazer um pao quentinho para casa, mas antes levei meu filho Hyuri ao ponto do onibus escolar por volta das 7:30 da manha.
Ao entrar na padaria ouvi tocar uma musica de Natal que Hugo gostava muito. Foi inevitavel nao lembrar-me dele. Alias, todas maes lembram-se de seus filhos todos os dias. Estejam eles no ceu, ou na terra. Nao e verdade?
Lembrei-me portanto de varios tracos da personalidade de Hugo. Um deles era a grande necessidade que sentia de ser util. Hugo sentia uma grande vontade de ser o meu provedor. O provedor da familia. Essa era uma das razoes que se esmerava em ter sucesso financeiro.
Muito esforcado conseguiu conquistar muitas coisas que jovens de sua idade ainda nao conseguiram. Como por exemplo, comprar um carro com seu ganho proprio, aos 19 anos de idade. Esse e um dos exemplos, seguindo a esse, poderia citar muitos outros.
No entanto Hugo queria mais, e trabalhava avidamente para conquistar os seus sonhos. Jamais se deixou abater pelos impencilios da vida. Tambem nao se abatia diante os seus impecilios pessoais. Era tremendamente e visivelmente corajoso.
Quando Hugo nao conseguia alcancar algum objetivo, realmente tinha baixa resistencia a frustracoes, exatamente como e descrito uma das caracteristicas de bipolares.
Pessoas bipolares tem baixa resistencia a frustracoes. Por isso, Hugo gostava de mentir a si mesmo se dizendo provedor da casa. Quando na verdade eu jamais deixei de se-lo.

Mesmo assim devo reconhecer que Hugo conseguia prover as suas proprias necessidades e com louvor. Ele dava conta de si mesmo. Conseguia conquistar seus alvos para si mesmo e isso ja e o suficiente pra qualquer pai ou mae sentir-se orgulhoso de seus filhos.
A sua necessidade de prover e nao de ser provido era tao grande, que se acaso, como todas as pessoas, em algum momento Hugo nao estivesse com dinheiro no bolso nao aceitava emprestimos de maneira alguma. E se a ocasiao o forcasse a aceitar ele se sentia frustrado com isso. Muito frustrado, em excesso. De maneira que tal frustracao implicava o desenvolvimento da ansieade e crises inoportunas.
Ate mesmo para coisas minimas era dificil para Hugo ficar na posicao de provido. Sempre que saiamos em familia Hugo fazia questao de pagar o seu proprio lanche ou dividir despesas. Se acaso nao estivesse preparado para isso, nesse caso preferia pegar emprestado comigo, que sou sua mae, do que entender que eu estava pagando algo para ele.
Entre outras atitudes autonomas de Hugo. Tambem faco questao de citar, que foi ele quem pagou a sua legalizacao nos Estados Unidos da America, e tambem a do seu irmao Hygor.
Seu processo ja havia sido aprovado junto ao meu, que se deu tempos antes, mas faltava ainda o que chamamos de trocar o status imigratorio. Ainda que o processo ja tenha sido aprovado, era necessario isso. Portanto Hugo trabalhou e pagou essa ultima fase do processo e tambem a do seu irmao.
Nesse ano Hugo passou quase todo o ano internado. Voltando para casa em tempos curtos e retornando ao hospital, teve ele serios problemas financeiros, mas de maneira alguma aceitaria ser dependente , sequer do governo americano. Ja que poderia ter requerido ajuda ate mesmo do governo. Por isso mesmo tive uma ideia para que ele nao se sentisse frustrado por estar precisando de mim. E ao mesmo tempo nao se sentir frustrado por acumular dividas, pois isso tambem o deixaria ansioso.
Consegui convence-lo de que sendo ele o meu filho, e Hygor tambem, estava eu portanto na obrigacao de pagar a legalizacao imigratoria de ambos. E que entao, Hugo considerasse que quando pagou de seu proprio bolso a legalizacao dele e do irmao, que estava me fazendo um emprestimo. Dessa maneira pude ver um grande sorriso nos labios de meu filho por entender que ele iria pagar as suas contas, e ao mesmo tempo nao estar pedindo dinheiro emprestado a ninguem.
Sinto-me muito tranquila quando me lembro que antes de Deus leva-lo , pude aliviar a fase em que Hugo nao conseguiu se manter totalmente. E o quanto o vi sorrir na semana em que Deus me permitiu cooperar para o bem estar dele.
Sendo assim Hugo foi um rapaz totalmente autonomo em todas as suas decisoes e atitudes.
Porem, no auge de suas frustracoes, poderia acontecer de Hugo mentir a si mesmo.
Todas pessoas tem qualidades e defeitos. Eu poderia apontar alguns defeitos em Hugo, mas jamais poderia dizer que Hugo foi uma crianca, adolescente ou adulto mentiroso. Tinha total aversao a mentira, mas por isso mesmo, se acaso a verdade implicasse em permitir que outros o vissem como dependente de alguem, ele preferia entao mentir a si mesmo , e criar um quadro de independencia maior a que tinha. E passava a realmente acreditar nisso.
Essa necessidade de provar autonomia a sociedade ou as pessoas mais proximas a ele. O levava inclusive a ja ter oferecido dinheiro a seu pai. Empresta-lo determinadas quantias. O pai nao aceitava, e claro!. Mas eu podia reconhecer ali, naquela atitude de Hugo, a sua grande necessidade de demonstrar sucesso e autonomia. E isso principalmente ao pai. Uma vez, que como ja reconhecido, filhos homens sentem necessidade psicologica de provar sucesso aos pais. E Hugo nao era diferente.
Apesar de entender a atitude do pai de recusar tais emprestimos. Reconheco que para Hugo era importante que ele aceitasse. Imagino que Hugo se sentiria util a ele. Ou que estivesse , entao conseguindo alcancar seu objetivo que era o de prover , e nao de ser provido.
Nesse ponto, fica completamente claro, a quem ler esse texto, e que porventura sao pais de uma crianca, a importancia do dialogo entre si, para as duas pessoas mais interessadas no bem estar do filho, que com certeza sao o pai e a mae, possam chegar a algum acordo em comum que ajude emocionalmente a aquele que querem bem.
Esteja esse filho adoecido , ou nao. Esteja os pais desse filho separados ou nao. O fato e que existe uma importancia fundamental do dialogo entre os dois.
Quando se trata de uma crianca ja com problemas emocionais previos, a situacao piora, e por isso ainda e mais necessario que o dialogo permaneca e seja frequente. Nesse ponto as rinchas pessoais nao pode ser mais importante do que o bem estar de uma crianca.
Sera conversando que vao entender o que acontece com seus filhos. Quais sao as necessidades dele. Qual e o melhor tratamento medico a se seguir. E tambem unidos num bem comum, um alivia o stress do outro.
A Biblia diz que ha tempo para tudo na face da terra. E realmente quando um filho adoece nao ha tempo para discensoes, e sim de uniao , com certeza.
Nao acredito que a uniao dos pais em frequentes dialogos e consensos, mudariam o dia determinado por Deus para levar uma alma ao ceu. Sim, isso nao acredito porque invalidaria tudo o que ja antes cria da Palavra de Deus. Ha o tempo para a morte tambem. E isso quem determina e Deus.
No entanto o bom relacionamento entre os pais,e como ja dito, sendo esses separados ou nao, implica diretamente numa melhor qualidade de vida para os filhos. Ainda que essa vida dure pouco tempo na face da terra.