Mae! Eu ja li a Biblia toda varias vezes. E a conclusao que cheguei e que a missao de todos nos, aqui na terra, e amarmos uns aos outros!
HUGO MAGNO DE BARROS GIUBERTI
Desceu a terra em 10/09/85 e Subiu ao ceu em 20/08/07

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

DESCULPA...palavra magica!

Hoje e sexta-feira, e fiquei orgulhosa de eu mesma nessa semana.
Enfim, senti disposicao para resolver muitas coisas pendentes . Final de semana passada, sentei-me com tantos papeis, separei-os, e passei a semana inteira resolvendo uma questao por questao. Fiquei surpresa por ter conseguido chegar ao dia de hoje, com muitas coisas resolvidas. Consegui preencher o meu tempo com atitudes, e principalmente atitudes construtivas. Estou aliviada.
Decidi que muito de minha ansiedade quimica diminuiria se tomasse algumas providencias fisicas, e deu certo!
Fui a muitas reparticoes, fiz varios e varios telefonemas, preenchi inumeros papeis, assinei outros, conversei com varias pessoas, e conclui ate o dia de hoje pelo menos metade das questoes que havia deixado pendente a meses, e em alguns casos ate mais do que um ano.
E agora pela manha, iria levar meu filho pequeno ao ponto de onibus escolar, quando percebi que o sensor que abre a porta do carro nao funcionava, entao fui abri-lo com a chave, e para a minha surpresa a chave travou na porta do carro. Nao conseguia tira-la em hipotese alguma. Foi o meu filho que lembrou-me que possivelmente a fechadura estava congelada, pois hoje a temperatura esta muito, muito baixa, estamos como pinguis.
Tive a ideia de jogar agua quente na fechadura, joguei 2 copos de agua fervendo,e pronto, a chave enfim saiu, mas ai, meu filho ja havia perdido o horario do onibus, e fui leva-lo direto a escola rapidamente, para que ele nao chegasse atrazado.
No entanto, enquanto a chave ainda estava agarrada na fechadura, e eu teria que entrar novamente dentro de casa, para buscar agua quente, ai ai, como a minha mae demorou a abrir a porta(a chave da casa tambem estava no mesmo chaveiro).
Eu batia e batia na porta, apertava a campainha, e nada...
Sabia que ela estava acordada, porque falou conosco antes de sairmos , mesmo assim estavamos congelando do lado de fora de tanto esperar por ela.
Enfim quando ela abriu a porta e reclamando, ralhei com ela.
Depois que deixei meu filho na escola e voltava em direcao a minha casa, fiquei analisando, que de nada adiantava consertar questoes burocraticas de minha vida, sem consertar questoes pessoais.
Filhos, irmaos, pais, tem o habito de acreditar que DESCULPA e uma palavra para se usar formalmente com desconhecidos, amigos, ou pessoas de nossas relacoes interpessoais. Nao e verdade isso. A verdade e que desculpa e uma palavra magica para todas ocasioes. Ela funciona tambem com as pessoas mais proximas de nos.
As vezes ate nos explicamos para as pessoas queridas, mas sem usarmos a palavra magica.
Refletia nisso enquanto vinha para casa, quando me lembrei que meu filho Hugo, parecia compreender bem o efeito dessa palavra, pois agia diferente da maioria das pessoas. Por pequenos detalhes dizia: Desculpe-me , mae. Desculpe-me Hygor, desculpe-me vo, desculpe-me e desculpe-me.
Hugo jamais deixava de usar essa palavrinha, mesmo com as pessoas que ele poderia considerar que nao se fazia necessario usar, pois ele sabia que tais pessoas o amaria de qualquer forma, com ou sem desculpas pedidas.
Era tao comum ouvi-lo dizer... desculpe-me por isso e isso , mae.
Nesse momento ele fazia um ar de realmente arrependido. Era visivel que estava sendo plenamente sincero.
Hugo sempre teve uma voz firme, mas tambem meiga. E seu olhar...ah seu olhar, tao doce que era... principalmente depois que concluia que havia a possibilidade de haver magoado alguem, e logo em seguida pedia desculpa.
Eu, ao contrario de Hugo, usava muito essa palavra, como a maioria das outras pessoas, ou seja, sempre com amigos, mas quase nunca com a propria familia.
Nao sei porque isso acontece conosco. Achamos que as pessoas que nos amam nao merecem ouvir essa palavra magica. Talvez porque saibamos que nao se faz necessario usa-la , para que continuemos sendo amados por eles. Talvez...
O fato e que depois que Hugo foi morar com Deus, passei a usar essa palavra mais vezes, e com as pessoas proximas a mim tambem.
Curiosamente, um dia antes de Hugo partir, ele ouviu de mim essa palavrinha magica.
Numa conversa por telefone, alias, numa longa conversa, por alguma estranha razao, ou talvez um certo sexto sentido, eu pedi desculpas a ele, por muitas coisas que talvez o tivesse magoado. E dizia a ele: Desculpa meu filho, por isso e isso.
Do outro lado da linha, ele tambem se desculpava por algumas coisas, e usamos entao essa palavra muitas vezes nesse dia.
No dia seguinte Deus o levou...
No caminho passei em frente de uma grande e linda igreja feita de pedras enormes, a qual me despedi de Hugo pela ultima vez, ja sem vida. Ainda pensando em tudo isso, olhei para a igreja, lembrei-me daquele triste dia , e mais uma vez disse: Desculpe-me, meu filho.
Assim ansiei por chegar em casa, e usar essa palavra mais uma vez.
Entrei em casa, abracei minha mae e disse: Desculpe-me, mae, por ter sido impaciente agora pela manha com a senhora.
O amor dela por mim estava ali. Com ou sem desculpa, esse amor havia permanecido no mesmo lugar. mas a palavra desculpa, nem mesmo nesse caso, deixa de ter uma magia. A a magica de acabar com qualquer resquicio de magoa que podemos, sem essa palavra, provocarmos nos coracoes de quem amamos.

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